Com o aumento dos casos de HPV, especialistas alertam sobre as formas de contágio e a importância da vacinação. Entenda os riscos e como se proteger.
O HPV (Papilomavírus Humano) é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns no mundo. Estima-se que até 80% das pessoas sexualmente ativas contraiam o vírus em algum momento da vida. A infecção pode ocorrer sem sintomas, mas, em alguns casos, pode levar ao desenvolvimento de verrugas genitais e até a certos tipos de câncer, como o câncer de colo do útero, anal e de garganta.
O Que É o HPV? Entenda a Infecção
O HPV é um grupo de mais de 200 vírus relacionados, sendo que alguns tipos podem causar verrugas na pele e nas mucosas, enquanto outros estão associados ao câncer. Existem mais de 40 tipos de HPV que afetam a região genital, sendo que a maioria dos casos é assintomática e se resolve sem a necessidade de tratamento. No entanto, a infecção por tipos de alto risco pode causar lesões precoces nas células, levando a cânceres se não forem detectadas a tempo.
A transmissão do HPV ocorre principalmente por contato sexual, mas também pode ser transmitido por contato com superfícies contaminadas, como em academias, banheiros públicos e piscinas. É sobre esse ponto que muitos especialistas estão alertando mais recentemente.
HPV em Superfícies Contaminadas: O Caso das Academias
Embora o HPV seja principalmente transmitido por via sexual, algumas investigações sugerem que é possível contrair o vírus por meio do contato com superfícies que tenham sido contaminadas. Esse tipo de transmissão é mais comum em locais públicos, como academias, onde as pessoas podem entrar em contato com equipamentos que tiveram contato com partes do corpo de outra pessoa, como bancos de musculação, esteiras e outros aparelhos.
“Embora o risco de transmissão por superfícies não seja tão alto quanto o da transmissão sexual, é importante estar atento ao ambiente em que estamos, especialmente em locais com grande concentração de pessoas”, explica o infectologista Dr. Lucas Moreira. Segundo ele, a higienização adequada de equipamentos de uso coletivo e o uso de toalhas ou roupas durante os exercícios podem ajudar a reduzir o risco.
No entanto, é importante reforçar que a principal forma de contágio do HPV é o contato sexual, seja por via vaginal, anal ou oral. A infecção pode ser transmitida mesmo sem o uso de preservativo, já que pode afetar áreas que não estão cobertas pelo método contraceptivo.
Números de Contaminação: A Preocupação com o Crescimento dos Casos
Atualmente, estima-se que o HPV seja responsável por mais de 500 mil novos casos de câncer por ano em todo o mundo. No Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum entre as mulheres, sendo diretamente relacionado a tipos de HPV de alto risco. Para os homens, o câncer anal tem mostrado aumento nos últimos anos, também associado ao HPV.
Além disso, é importante destacar que a maioria das pessoas infectadas pelo HPV não apresenta sintomas, o que pode levar a um subdiagnóstico da doença. Apenas em casos mais avançados, como nas lesões que evoluem para câncer, o vírus é detectado. Isso torna ainda mais fundamental a conscientização sobre as formas de prevenção e a necessidade de exames regulares, como o papanicolau para mulheres, que pode detectar precocemente alterações nas células do colo do útero.
Prevenção: Como Evitar a Infecção pelo HPV
A prevenção do HPV envolve principalmente a vacinação, o uso de preservativo e a realização de exames periódicos. A vacina contra o HPV, que é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos, é uma das formas mais eficazes de prevenir a infecção por tipos de alto risco. A vacina protege contra os tipos mais comuns do vírus, que são responsáveis pela maioria dos casos de câncer relacionados ao HPV.
Além da vacinação, o uso de preservativos durante a atividade sexual, seja vaginal, anal ou oral, pode reduzir o risco de transmissão, embora não elimine completamente as chances de contágio, já que pode afetar áreas não cobertas pelo preservativo.
A Importância da Vacinação
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda a vacinação contra o HPV para meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos, com o objetivo de prevenir o câncer relacionado ao vírus. A vacina está disponível gratuitamente nas unidades de saúde e é administrada em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas.
Especialistas destacam que a vacinação é a medida mais eficaz para prevenir os tipos mais perigosos de HPV, especialmente aqueles associados ao câncer de colo do útero. “A vacina tem mostrado excelentes resultados na redução das taxas de infecção e, consequentemente, na redução dos casos de câncer de colo do útero, anal e outros tipos relacionados ao HPV”, afirma a médica e especialista em saúde pública, Dra. Ana Carolina Lima.
O Que as Pessoas Pensam Sobre o HPV e a Vacinação
Apesar dos benefícios da vacinação, ainda existem muitas dúvidas e resistência entre a população, principalmente entre pais de adolescentes. Algumas pessoas têm receio em relação à segurança da vacina ou acreditam que a vacinação seja apenas para mulheres. Contudo, a vacina é igualmente importante para os meninos, já que eles também podem desenvolver câncer relacionado ao HPV.
“Eu sempre ouvi falar do HPV como algo que afeta mais as mulheres, por isso nunca pensei que meu filho precisaria tomar a vacina”, comenta Maria Silva, mãe de um adolescente de 12 anos. “Agora, com mais informações, sei que é uma proteção importante, e vou garantir que ele tome.”
Especialistas alertam que é fundamental superar esses mitos e garantir que todas as crianças e adolescentes recebam a vacinação, que tem o potencial de erradicar muitos tipos de câncer no futuro.
A Importância da Conscientização
O HPV é uma infecção comum, mas com as estratégias corretas de prevenção, como a vacinação e o uso de preservativos, é possível reduzir consideravelmente os riscos de complicações graves, como o câncer. A conscientização sobre o HPV, os métodos de prevenção e a importância da vacinação são essenciais para proteger a saúde pública e garantir um futuro livre de doenças relacionadas ao vírus.